Quando a gente tem goiabas na cabeça, a gente come?
E quando tudo que se tem é um pedaço de algo sem nome?
Eu te digo, amigo, que estou dividido em pedaços...
Tantas partes outras que esqueço os nomes.
Sou um nó atado em fim dos fins...
Queria ter tudo brotando nas palmas de minhas mãos.
Eu cuspo pra cima, e a realidade é mole... não é dura, ouviram?!
É mole, se esparrama em minha cara.
Como mentira bem pegada que nos faz enxergar em antônimos;
a boca quando fala não põe prazo de validade nas palavras...
Sou faminto...
Digo palavrinhas não queridas,
e também digo : palavras sejam bem-vindas!
Meus sorrisos se partem em dois, um antes e outro só depois....
Hoje, fiquei cego por horas e tudo na boca amargava murmuração....
Essa vontade e esse medo;
existe uma vontade medrosa na gente.
Eu caminho em passos mais curtos agora, depois de tantos tombos
por passos dados largos.
Um pedaço disso, outro daquilo, um pouco de vermelho e amarelo e aí
teremos uma estética almodóvar ou quem sabe teremos cacos de
pensamentos e sentimentos sem nomes pintados em cores almodóvar.
Robson Freire