sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Masturbação, Café e Teologia

Um grande amigo escreveu no seu blog um breve comentário de "Jesus, o gonçalense", um texto já publicado aqui e recentemente teatralizado. Suas palavras me emocionaram muito, me senti profundamente honrado, decidi partilhar com vocês:

“Masturbação, Café e Teologia” aproveitando a curta temporada de apresentações do espetáculo “Jesus, o gonçalense” (19 a 23 de dezembro), apresenta um dos textos mais criativos que um grande amigo meu de datas publicou inicialmente em seu blog pessoal. Esse texto que será teatralizado pode ser ampliado e compreendido nos âmbitos: antropológico (ético, integrador), teológico (unindo o saber acadêmico, com o saber pastoral), político (por se comprometer com o outro, com o outro oprimido).

O texto é significativo por eu conhecer a busca e o amadurecimento de Robson Freire como “artista-cidadão”, como irmão de copo, de fé e de caminhada. Na realidade ele tece uma belíssima síntese da vida de “Jesus o Gonçalense” com a sua realidade de vida, aproximando-nos desse Mistério, revelando ao grande público a Utopia do Reino de Deus situada numa cidade do Estado do Rio de Janeiro chamada São Gonçalo.

Esse artista-cidadão em sua inquietação artística tem se debruçado, tem pesquisado e buscado uma estética integradora, que contempla e promove a libertação das muitas facetas humana.

Robson Freire:
“Tenho pesquisado uma multiplicidade de coisas ‘distintas’ com o objetivo de criar uma linguagem e uma poética-estética teatral que traduza a imagem de um Deus que transcenda a religião e os dogmas, isto é, a imagem de um Deus Amor. Sem fórmulas, sem preconceitos, sem acusação, condenação e sem juízos de valores. Proponho refletir sobre um novo homem com suas ambiguidades e beleza. Na verdade é uma busca de romper com um teatro que produza morte, como o próprio teatrólogo Augusto Boal compreendeu o teatro cristão como: ‘o teatro da morte’. O ser humano é mais complexo e rico do que se mostra nas peças que se tem feito, no cenário cristão e não cristão”.

Ele explicita que há uma certa má vontade, um certo pessimismo de muitos autores e diretores de teatro (cristão ou não) ao apresentar o ser humano, muitas vezes o reduzindo ao vício, a promiscuidade, a loucura, a gula etc.
O teatro que esse jovem artista busca é um teatro que se compromete com a libertação do ser humano não apenas na dimensão religiosa, mas também política, cultural, psicológica etc. Tais dimensões integradas são por ele compreendidas como espirituais. Esse seria o ponto central de sua pesquisa onde ele observa que há em muitos artista uma certa indiferença no que diz respeito a integração de tais dimensão descritas.

Nessa busca por um teatro libertador, integrador ele visualiza uma luz, uma esperança com o intuito de melhor compreender os dualismos humanos e a possibilidade de transcendê-los, no fato de cada indivíduo e, ou, comunidade se fazer protagonista de sua própria história. Tomando para si a responsabilidade de ser humano, de ser artista, artista-cidadão.


Retirado do blog: http://bit.ly/tqUC3S

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Espetáculo: Jesus, o gonçalense

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Não deu pra dizer adeus

Preciso chorar,
preciso me rasgar e desfazer-me em luto.
Preciso lembrar , reconhecer você em mim...
Silenciar a mente e não fugir das lágrimas...
Porque vem a culpa, e é preciso se perdoar.
Quando alguém morre próximo a ti, morre também algo em você. É preciso que essa parte em ti que morreu, ressucite....

Mentira, é mentira; não dá para substituir pessoas, são insubstituíveis.

Creio na ressurreição e no Céu, mas não creio que o fato de saber que o outro foi para um bom lugar faça com que não se sinta dor e que não se sinta a perda. Não me venham com frases prontas; calar nessa hora é melhor do que dizer asneiras-chavônicas...

Meu Padinho, tô com saudades...

Não deu pra dizer adeus, nem até logo e muito menos te amo... aaaah, nem deu pra dizer obrigado. Mas óia, amo ocê, em mim você mora e é grande. Tudo que você falou e me ensinou, tenho buscado pôr em prática: sua bondade e disposição de sempre ajudar e partilhar, mesmo quando só se tinha uma sardinha e dez pessoas; você entendeu o milagre da multiplicação.

Obrigado pela influência no time de futebol. Nosso time não anda bem das pernas por agora, mas tudo bem, coração de torcedor é coração de fé.

Obrigado pelas sardinhas, pela crença nas minhas escolhas, pelos risos, pela coragem, honestidade e esperança.

Agora já no encontro com o Outro, seu coração fica em paz e a ausência de respostas não angustia, mas acalma.

Até, meu padinho!


Robson Freire

domingo, 25 de setembro de 2011

Três verdades

O encontro de dois seres resulta em dois novos-seres. Arranhões em corações, mentes e almas...

Não somos; estamos. E nos fazemos no encontro.

Se é possível dizer algo que de tal forma traduza toda verdade, não quero. Impossibilitaria o encontro entre os seres, pois há de ser sempre no encontro com o outro o caminho para a verdade...

Às vezes acho que tudo é encontro; as atividades e filmes marcados com amigos não são mais que meras desculpas para o encontro, a conversa, a partilha. Porque se é amizade, há de ter partilha...

“Não é o riso o melhor remédio, e sim a amizade”. Não direi a “boa amizade”, porque se é amizade então é boa.

Quando a doença das horas-leopardinas se alastra por todos os corações e esquecemos pra que vivemos, é no encontro do rosto-amigo que reside a cura. Só o encontro que dá sentido a tudo.

É só no outro que é possível se encontrar Deus.

Pelas linhas mal escritas, prossigo escrevendo. Não se diz “assim é” e “assim não é”, pois para quem é, é; e pra quem não é, não é. Mesmo que alguns se coloquem na altura de deuses e gritem: “ASSIM É!!! E ASSIM NÃO É”. Não há melhor nem pior, e sim caminho-verdades que escolhemos. O coração só abraça qualquer “verdade” em liberdade...

É necessária a morte do maniqueísmo para o reconhecimento da ambiguidade e assim reconhecer que há beleza nisso, pois assim é o homem: anjo e demonio, Cristo e Adão...

É preciso o encontro com o Totalmente Outro para entender que não é possivel se dizer tudo. As poucas palavras que dizemos não podem desvendar toda verdade, “seria mais fácil colocar todo o oceano dentro de um copo”.


Robson Freire

sábado, 3 de setembro de 2011

Sobre a falta de alteridade em nosso tempo

Uma vez vi o preconceito gritar do alto de um monte: Meu nome é “Preconceito”, Vocês podem me chamar “Verdade Absoluta”. Sou famoso pela marginalização de pessoas, por querer moldá-las aos meus pensamentos.

Sou conhecido por travar inúmeras guerras, por provocar inimizades entre pessoas, entre pais e filhos.

A partir de sua fé cega em mim assassinaremos milhares por causa de sua cor,
de sua religião ou falta de religião, sexualidade, pensamentos, vertente política e até cientifica.
Quem frequenta meus templos tem de seguir minha lei maior: “A Hipocrisia”.

Te piso porque te amo,
te excluo porque te amo,
te cuspo porque te amo.

Não aguentei e gritei: “Por favor, me ame menos, me ame menos!” E logo depois vi o “Preconceito” correndo em direção ao coração dos homens...

Os detentores da lei dizem que não podemos conhecer a verdade e que nossa confiança é mentirosa e que somente eles as tem. Tudo bem, respeito a falta de confiança, mas pelos menos é possível o respeito?

Às vezes acho que nos perdemos na defesa da "verdade". Mentimos compulsivamente em nome dela. Achei que a verdade produziria vida, mas vejo que essa tal “verdade absoluta” produz morte.

“Para todos, em todos”.Eu e Tu”.O outro”: diferente de mim e o “outro Totalmente Outro”. Idolatria de nossos tempos!

Penso que quando falamos em nome de "deus" muitas das vezes estamos falando de ídolos ou falando de nós mesmos...


E minha boca sussurra: “Freud tinha razão”. É e sempre será pura ilusão esse amor ideológico que exclui, mata, estupra e nos separa. Definitivamente não perguntarei mais ao padeiro e ao açogueiro sua religião.

Hoje creio que os budistas podem ajudar os cristãos a serem bons cristãos e que os cristãos podem ajudar os budistas a serem bons budistas. Creio que toda língua confessará que somos todos irmãos!

Robson Freire

domingo, 28 de agosto de 2011

Do que importa...

Pedacinhos de lágrimas negras caíram de dentro das minhas janelas...

Hoje me sinto quase do quase...

Respiro forte para que a poesia no ar penetre meu ser ressucitando células mortas.

Já esta quase de dia e a gente continua brincando no quintal como se o sono não existisse e a mentira fosse pequena.

As crianças-adultas continuam mentindo para si mesmas, e o coração a cada dia se cauteriza diante do outro.

As horas passam sem que consigamos perceber o toque das pontas dos dedos.

E as horas que escolhemos não nos aproximam, muito nos afastam dos seres-amigos-da-vida.

Preciso mesmo entender a importância das coisas que realmente importam...

Preciso me rever em conceitos,

Preciso rever meus velhos amigos,

Preciso voltar à essência,

Preciso passar um dia sem nada a fazer e me alegrar com isso,

Preciso me fazer palhaço,

Preciso me fazer menor,

Preciso de você...

Quando nós eramos pequenos e com as pontas dos dedos tentávamos tocar as estrelas, o céu parecia tão perto de nós, e os limites eram só o desafio de pular amarelinha.

Vem tocar as estrelas com as pontas do dedos de novo comigo.

Ressucitar a criança em nós...

Vamos descer a montanha, já estou cansado de saber para onde estou indo,

Que eu seja o barquinho de papel e você permaneça sendo o sopro...

Que nos alegremos na presença um do outro e que sempre nos reunamos em torno da mesa, que seja sempre esse o centro.


Robson Freire

terça-feira, 29 de março de 2011

Morre padre José Comblin um dos principais pensadores da Teologia da Libertação

Faleceu na madrugada de domingo (27), na Bahia, o padre José Comblin, aos 88 anos, um dos mais importantes intelectuais da Teologia da Libertação.

Ele estava hospedado na comunidade Recanto da Transfiguração, no município baiano de Simões Filho, em tratamento de saúde, quando sofreu um ataque cardíaco.

José Comblin nasceu em Bruxelas (Bélgica), em 22 de março de 1923. De 1946 a 1950, cursou a Faculdade de Teologia em Lovaina, tornando-se Doutor em teologia, e sua ordenação sacerdotal ocorreu em 9 de fevereiro de 1947, em Malines.

Entre suas atividades na Europa, Comblin foi vigário cooperador na paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Bruxelas, de 1950 a 1958, e professor de teologia no CIBI (centro de formação para seminaristas em serviço militar), Bélgica, em 1951.

Vinda para o Brasil

José Comblin veio para o Brasil em 1958, atendendo a apelo do papa Pio XII, que pedia missionários voluntários para regiões com falta de sacerdotes.

Depois de trabalhar em Campinas e, em seguida, passar uma temporada no Chile (onde foi professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Santiago), Comblin foi para Pernambuco em 1964, quando Dom Helder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Perseguido pelo regime militar, foi detido e deportado em 1972, ao desembarcar no aeroporto de volta de uma viagem à Europa.

Comblin permaneceu no Chile durante 8 anos, onde também esteve à frente da criação de um seminário em Talca. De volta ao Brasil, radicou-se em Serra Redonda (Paraíba).

Teologia da Libertação

Ainda no início dos anos 70, Comblin passou a orientar uma experiência de formação de seminaristas que buscavam um estudo mais comprometido com a realidade e adequado ao exercício do ministério no mundo rural. José Comblin criou, então, um modo de estudo que depois ficou conhecido como Teologia da Enxada.

O padre estava fortemente inserido na Igreja de Dom Hélder que marcava o cenário nordestino e nacional pelo seu compromisso com as causas populares. Dava assessoria a Dom Hélder na elaboração de posicionamentos, documentos e intervenções. A Igreja de Recife e Olinda era uma grande esperança para os pobres.

Com o grupo da Teologia da Enxada e o apoio do Arcebispo Dom José Maria Pires, de João Pessoa, fundou, em 1981 no Avarzeado (Paraíba), o Seminário Rural. Posteriormente denominado Centro de Formação Missionária, a experiência estabeleceu-se em Serra Redonda (Paraíba). Teve o objetivo de formar sacerdotes e missionários populares, com uma metodologia adequada à realidade camponesa. A partir de então, passou a dedicar-se prioritariamente à formação de lideranças populares.

José Comblin é autor de inúmeros livros, como A Teologia da Libertação e A ideologia da segurança nacional: o poder militar na América Latina.

Origem do texto: http://www.brasildefato.com.br/node/5972


domingo, 30 de janeiro de 2011

Goiabas na Minha Cabeça

Quando a gente tem goiabas na cabeça, a gente come?
E quando tudo que se tem é um pedaço de algo sem nome?
Eu te digo, amigo, que estou dividido em pedaços...
Tantas partes outras que esqueço os nomes.
Sou um nó atado em fim dos fins...

Queria ter tudo brotando nas palmas de minhas mãos.

Eu cuspo pra cima, e a realidade é mole... não é dura, ouviram?!
É mole, se esparrama em minha cara.

Como mentira bem pegada que nos faz enxergar em antônimos;
a boca quando fala não põe prazo de validade nas palavras...

Sou faminto...

Digo palavrinhas não queridas,
e também digo : palavras sejam bem-vindas!

Meus sorrisos se partem em dois, um antes e outro só depois....

Hoje, fiquei cego por horas e tudo na boca amargava murmuração....

Essa vontade e esse medo;
existe uma vontade medrosa na gente.

Eu caminho em passos mais curtos agora, depois de tantos tombos
por passos dados largos.

Um pedaço disso, outro daquilo, um pouco de vermelho e amarelo e
teremos uma estética almodóvar ou quem sabe teremos cacos de
pensamentos e sentimentos sem nomes pintados em cores almodóvar.


Robson Freire

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

XXVII ENEFIL

No XXVI Encontro Nacional de Estudantes de Filosofia, realizado em Janeiro de 2010, na cidade de Fortaleza/CE, estudantes de graduação em Filosofia de diferentes Universidades do Estado do Rio de Janeiro apresentaram a intenção, que fora consolidada, de sediar o encontro nacional de 2011.

Em janeiro de 2011 acontecerá no Rio de Janeiro o XXVII ENEFIL. O evento terá como tema "A Filosofia e sua possibilidade de atuação prática".

Os preparativos para o encontro já começaram, em breve aqui no blog mais informações.

Contatos:

21 36173638

Diego Felipe – UERJ (21 72331838)

Marcos Phelipe – UFF (21 75096094)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

SARAU APALPE - DIA 20/01/2011

Se você é ator, escritor, artista plástico, performer,
agente cultural e de comunicação, participa de grupos ou projetos,
venha se apresentar no Sarau Apalpe no dia 20 de janeiro de 2011 e
concorra a R$3.000,00 em prêmios! Para participar a performance/cena/ação poderá operar
qualquer linguagem artística que misture a expressão com PALAVRA E A
VIDA NA METRÓPOLE DO RIO DE JANEIRO. Atenção, a apresentação
não poderá ultrapassar 8 minutos de duração!
Inscrições até 13 de janeiro através do email:
apalpe2010@gmail.com . Conheça mais sobre o projeto Apalpe visitando o nosso blog:
www.apalpe.wordpress.com