domingo, 25 de setembro de 2011

Três verdades

O encontro de dois seres resulta em dois novos-seres. Arranhões em corações, mentes e almas...

Não somos; estamos. E nos fazemos no encontro.

Se é possível dizer algo que de tal forma traduza toda verdade, não quero. Impossibilitaria o encontro entre os seres, pois há de ser sempre no encontro com o outro o caminho para a verdade...

Às vezes acho que tudo é encontro; as atividades e filmes marcados com amigos não são mais que meras desculpas para o encontro, a conversa, a partilha. Porque se é amizade, há de ter partilha...

“Não é o riso o melhor remédio, e sim a amizade”. Não direi a “boa amizade”, porque se é amizade então é boa.

Quando a doença das horas-leopardinas se alastra por todos os corações e esquecemos pra que vivemos, é no encontro do rosto-amigo que reside a cura. Só o encontro que dá sentido a tudo.

É só no outro que é possível se encontrar Deus.

Pelas linhas mal escritas, prossigo escrevendo. Não se diz “assim é” e “assim não é”, pois para quem é, é; e pra quem não é, não é. Mesmo que alguns se coloquem na altura de deuses e gritem: “ASSIM É!!! E ASSIM NÃO É”. Não há melhor nem pior, e sim caminho-verdades que escolhemos. O coração só abraça qualquer “verdade” em liberdade...

É necessária a morte do maniqueísmo para o reconhecimento da ambiguidade e assim reconhecer que há beleza nisso, pois assim é o homem: anjo e demonio, Cristo e Adão...

É preciso o encontro com o Totalmente Outro para entender que não é possivel se dizer tudo. As poucas palavras que dizemos não podem desvendar toda verdade, “seria mais fácil colocar todo o oceano dentro de um copo”.


Robson Freire

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