segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O que não quero

Não quero que me digam como viver, quero descobrir vivendo.
Não quero que falem mal de mim, mas isso não posso cobrar, vivo falando mal de vocês...
Não quero casar, por enquanto só namorar; não é porque vocês decidiram casar cedo que também tenho.
Não quero que escolham por mim, quero fazer minhas próprias escolhas.
Não quero ver Deus como dizem que é, quero minha experiência pessoal, mas me alegro em te ouvir falando da sua.
Não quero saber tudo, mas quero saber algo.
Não quero pecar, mas acabo pecando.
Não quero ser guiado em uma religiosidade, mas me descubro religioso onde achava não ser.
Não quero ser preconceituoso, não quero mesmo.
Não quero que ninguém se imponha sobre mim, e prometo não me impor sobre ninguém.
“Todo ser é livre para livre ser...”
Não quero ter sempre razão.
Não quero alcançar essa imagem que me mostram de super-homem, não o “super-homem” de Nietzsche, mas o do mito cristão; quero me admitir humano e me aceitar humano, quero me humanizar antes de me santificar.
Não quero mais usar máscaras, já me basta todo trabalho que tenho pra restaurar a deformação provocada pelo uso de tantos anos da máscara.
Não quero o senso comum, quero a perversão do comum senso.
Não quero leis que se sobreponham à graça, quero a graça que sobreponha à lei.
Não quero a frieza dos templos, mas a dança desregrada dos profetas loucos das praças.
Não quero que me digam “Assim diz o Senhor”, pois o Senhor fala à consciência de cada um. Fala comigo Senhor!
Não quero ter títulos, mas se tiver quero que seja o de humano.


Robson Freire

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